"27.06.2009
Querido Quase-Amante.
Sinto-me louca ao fazer isto, não compreendo a minha necessidade de te escrever mesmo sabendo que tu vives, respiras, sorris, és feliz e estás perto, mas que nunca vais ler isto.
Muita coisa se tem passado na minha cabeça desde o dia em que apareceste na minha vida, ainda me recordo de olhar para ti pela primeira vez e pensar “é giro”, foste logo o primeiro em quem em reparei e foste o único em que quis reparar durante muito tempo.
Tu sabias, tu no fundo ainda sabes, e no fundo agrada-te saber que atrais alguém, que o estás a fazer á anos, que me tens na tua mão.
E eu sinto-me fraca porque eu tinha julgado que tinha seguido em frente, deixar-te seguir o teu próprio caminho e eu seguir o meu mas infelizmente o meu caminho insiste em coincidir com o teu, não percebo porquê. Sofro, choro e não compreendo porque é que ainda sinto isto, tu já tinhas sido esquecido (segundo o que eu pensava) mas afinal o meu coração nunca te largou, sempre houve este pequeno grande espaço para ti. Dizem que o primeiro amor nunca se esquece mas não liguei a isso pois sempre pensei que era mais uma paixoneta de adolescentes só até á muito pouco tempo percebi que há algo em ti que me prende de maneira estranha, sempre que passas eu tenho de olhar para ti mesmo sabendo que em troca vou receber o teu olhar de “esquece”. Não sei se é os teus olhos, os teus sinais, os teus lábios, ou mesmo a tua voz, não sei se foram os momentos que passámos em que me deste esperanças ou os que me fizeste cair do topo para a base devastada.
Ainda me lembro quando te apaixonas-te pela minha melhor amiga, as tardes que eu não passei a chorar, anos mais tarde, mais uma vez, apaixonaste-te pela minha nova melhor amiga. Sempre te fui invisível, um pequeno obstáculo ou uma pequena ajuda para te aproximares das minhas amigas mas eu fui a única idiota que ainda hoje te acolhia de braços abertos, atitude estúpida. Eu sinto-me ridícula face a isto. Porque mesmo sabendo que nunca olhas-te para mim por causa do que sou por fora e não por dentro, continuo a ser parva o suficiente para continuar a sentir-me apanhada por ti, eu digo tantas vezes que não mas não há como fugir: tu apanhaste-me e bem.
Era um alívio para mim se saísses de vez da minha vida mas sei que não há como te evitar, vais exactamente para onde vou, o meu caminho insiste em encontrar-se com o teu vezes sem conta, deixando-me sem saber o que fazer, sem compreender os meus sentimentos, só me queria ver livre disto.
Sabes, gostava que tu um dia percebesses o que é o amor, eu sei que nunca o percebeste ainda, gostava que alguém to soubesse mostrar, já nem falo de mim, falo de alguém, alguém que não sejam as bonecas com que tu namoras, as mais bonitas, as que tu te orgulhas de dizer que conquistas-te.
Neste momento estou a achar-me louca, se tu alguma vez soubesses que estou a fazer isto ias achar-me uma obcecada, uma louca e ias rir-te de mim, eu sei que sim, mesmo que não o fizesses na minha cara (não é típico teu gozar na cara dos outros) eu sei que o ias fazer.
Preciso de me abstrair dos pensamentos que ultimamente me têm invadido, preciso de me abstrair de ti.
É incrível como com o passar destes anos todos nunca deixei de pensar em ti, de falar de ti, de escrever sobre ti, de pensar nas sensações que me fizeste experimentar, de seres o meu primeiro amor, a primeira pessoa que me partiu verdadeiramente o coração.
Tenho saudades tuas.
Estou já a prolongar-me muito, escrevo-te depois.
Amo-te.
Aquela idiota que não desiste de ti."